Lá em 2009, no meu primeiro ano da faculdade, eu já escutava dos professores: toda escolha de compra é feita a partir de um impulso emocional, mesmo que a justificativa seja sustentada de forma racional. E os desejos e necessidades dos consumidores está em constante evolução. Tecnologia avança? A necessidade muda. Algo entra na moda? Os desejos mudam. Os produtos precisam evoluir sempre pra atender às novas demandas do mercado de acordo com a evolução dos desejos e necessidades dos clientes.
Mas se inovar fosse fácil, já teríamos carros voadores, certo?
Não necessariamente. Inovar não significa desenvolver algo totalmente novo e mirabolante. Inovar significa compreender uma necessidade e resolver ela. E ter um propósito de marca que não olhe para dentro e sim para fora, ajuda muito no processo.
Vamos a um exemplo mais prático: Se a minha empresa tem como propósito fazer os melhores carros, mais econômicos e sustentáveis do mercado, eu estou presa para sempre na obrigação de construir carros e acessórios, peças, utensílios para carros, no máximo. Se um dia carros deixam de ser a melhor forma de se locomover dentro da cidade, porque criaram uma nova máquina de teletransporte portátil que todo mundo pode ter em casa, o que acontece comigo? Isso mesmo, falência.
Mas imagine agora que o meu propósito foca na necessidade real que todas as pessoas têm, e buscar "trazer soluções para a locomoção urbana de forma simples, ágil e sustentável". Pois é! Passo a ter um leque de possibilidades de produtos a serem desenvolvidos. Porque não importa se carros, patinetes ou caixas de teletransporte são a melhor forma de se locomover, meu propósito me possibilita olhar além nas possibilidades em produto e estar sempre me renovando para atender à uma necessidade do público que quero alcançar.
O marketing evoluiu, as pessoas e a sociedade evoluíram. A concorrência avançou muito e o número de startups com modelos de trabalho ágil não para de crescer. Empresas que ainda estão lá no marketing 1.0, pensando na venda de produtos a produto apenas, estão fadadas, cedo ou tarde, ao fracasso.
Um planeta cada vez mais conectado - e as gerações mais novas que já nasceram conectadas - exigem novos modelos de negócios. Buscam soluções para problemas e não mais comprar produtos sem conhecer a procedência e as práticas usadas em torno da sua produção. Entendem que a responsabilidade pelo futuro do planeta é de todos - empresas, governos e sociedade civil, e que só com a manutenção sustentável dos recursos que, inclusive, os negócios existirão no longo prazo.
Pensar em negócios focando na solução dos problemas (sociais, ambientais, e do público alvo) e em trabalhar com transparência em diversos níveis são os pontos-chave para assegurar negócios duradouros neste século. Se a sua marca ou empresa não tem um propósito construído a partir da empatia, sinto dizer, vocês ainda estão no século passado e com dias contados.
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